No primeiro momento musical do Contrapasso poderemos ouvir o Quinteto de Metais da Sociedade Filarmónica Alcanedense, vindo do distrito de Santarém!
Fundada em maio de 1898, por iniciativa do Padre da Paróquia de Alcanede, Reverendo João
Rebelo, esta Banda recebeu a denominação de Banda Filarmónica de Alcanede. Mercê dos
ensinamentos musicais ministrados pelo Padre João Rebelo aos jovens Alcanedenses, e do fervor e entusiasmo que empregou na sua regência, a Banda teve um período inicial de durabilidade até ao seu falecimento, no ano de 1913.
A 1 de Maio de 1920, a Banda de Alcanede reiniciou a sua atividade pela "mão" de Isidro
Augusto da Silva, homem com elevados conhecimentos musicais, natural desta freguesia e acabado de regressar de Moçambique.
Como é apanágio das Bandas, também esta, já na altura, lutava com bastantes dificuldades económicas. Esta situação foi sendo suprimida pelas sucessivas Direções que, através de várias iniciativas, iam angariando fundos monetários através da captação de sócios auxiliares, das atuações em festas remuneradas e com o sacrifício dos próprios músicos que abdicavam de qualquer valor remuneratório referente aos seus serviços.
A Banda Filarmónica de Alcanede sofreu mais um interregno, durante o período de 1942 a 1945, provocado pela desertificação dos músicos que saíram para a formação da Banda do Xartinho (aldeia vizinha). Desde o ano de 1945 a Banda Filarmónica de Alcanede tem mantido a sua atividade, apesar de alguns momentos de fragilidade, aliados a alguns episódios de movimentos sociais locais.
No seguimento desses episódios, importa salientar uma maior instabilidade, aquando da criação da Banda de Gançaria no ano de 1980, que foi formada na integra por músicos pertencentes à Banda Filarmónica de Alcanede.
Com o aparecimento das "Casas do Povo", a Banda Filarmónica de Alcanede passou a fazer parte dessa estrutura, adotando, então, a denominação de Banda Filarmónica da Casa do Povo de Alcanede. Mais tarde, com a extinção desta Casa do Povo, a banda criou estatutos próprios e passou a denominar-se como, Sociedade Filarmónica Alcanedense (SFA).
Durante o período da sua atividade, a SFA tem recebido várias condecorações, destacando-se a Medalha de Ouro atribuída pela Câmara Municipal de Santarém, por ocasião das comemorações do seu centenário. Este prémio reconhece o mérito de uma banda que tem elevado o nome da freguesia de Alcanede e do concelho de Santarém em Portugal e no estrangeiro. A SFA tem atuado em vários pontos do país e, algumas vezes, no estrangeiro. Destacando-se as digressões por quatro vezes a França, tendo atuado nas regiões de Contréxeville e Bagnères de Luchon e uma ao Estado de São Paulo no Brasil, no ano 2000, no âmbito das comemorações dos 500 anos da descoberta daquele território.
Em fevereiro de 2003, participou no I Concurso de Bandas Taurinas, integrado na 1a Feira do Touro, realizado no CNEMA em Santarém, onde obteve o honroso 1o lugar. Em maio de 2009, gravou o CD “Overture to a New Age”, o qual superou as melhores expectativas. Em 2020 gravou o 2.o CD, intitulado “Abraço a Portugal”, com destaque na gravação em exclusivo de obras de autores portugueses, tais como, Joaquim Luís Gomes, Duarte Pestana, Joly Braga Santos, Alexandre Almeida e Lino Guerreiro. Em de 2017, realizou no Convento de São Francisco em Santarém, um concerto de homenagem a três compositores escalabitanos, que ostentam no seu espólio musical, repertório de referência para o agrupamento Banda/Orquestra de sopros. Designadamente Joaquim Luís Gomes, José Santos Rosa e Samuel pascoal. Em 2020, realizou também um concerto com o artista, Luís Portugal no âmbito do evento “In Santarém”. Destacam-se ainda alguns concertos com as solistas, sopranos, Rita Marques e Sofia Pinto. Em 2023 a SFA realizou um concerto no encerramento do Festival de Órgão de Santarém (FOS), através da participação do organista Sílvio Vicente, onde foram interpretadas obras de Bach, Wagner e Percy Grainger.
A direção artística da SFA ao longo dos seus anos de história, esteve a cargo dos seguintes Maestros: Joaquim Lopes, Simões Ribeiro, João Monteiro, João Manuel Pinote, João Vieira Crespo e Alberto Lages. Atualmente a direção artística da SFA está a cargo do Maestro Renato Tomás.
Atualmente a SFA constitui-se como um Banda Filarmónica com cerca de 50 elementos e uma Academia de Música. A SFA encontra-se sediada na antiga Escola Primária de Alcanede, cedida pelo Município de Santarém.
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